Benção dos Ramos, procissão e missa foram realizadas em quatro horários durante o dia
A tradicional celebração do Domingo de Ramos, realizada neste domingo (2), deu início a programação da Semana Santa no Santuário Estadual de Nossa Senhora do Rocio. A primeira missa, realizada às 9h, foi presidida pelo padre Dirson Gonçalves, Missionário Redentorista e Reitor do Santuário do Rocio.
A celebração eucarística iniciou na Praça da Fé, em frente à igreja, onde os ramos foram abençoados. Em seguida, os fiéis realizaram a procissão até o santuário, dando continuidade à missa.
O Domingo de Ramos acontece uma semana antes da Páscoa e recorda a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Para os fiéis, esse é o momento mais importante do calendário cristão, pois marca os últimos dias de Jesus na terra.
“A missa de hoje é um marco porque com ela conseguimos imergir na reflexão do que Jesus passou até chegar na sexta da paixão, que nos ajudam a renovar a nossa fé e de viver de acordo com os ensinamentos de Cristo. E, para mim, devota de Nossa Senhora do Rocio e frequentadora do Santuário não teria outro lugar mais especial para iniciar a Semana Santa do que aqui”, disse Giovana Andrioli.
Para a devota Silvana Natal, esse é o período no qual os cristãos devem refletir e fortalecer a fé. “Essa é uma semana que a gente tem o nosso coração voltado para os últimos momentos que Jesus viveu aqui na terra. Todos os momentos são importantes para que a gente possa viver a nossa fé como cristãos”.
Durante a homília, o Missionário Redentorista padre Dirson Gonçalves realizou um paralelo entre a cidade de Jerusalém e a cruz de Cristo.
“Hoje, na primeira parte da missa, nós celebramos a alegria de um povo efusivo que recebeu Jesus aos gritos de ‘ele é o nosso Rei’. Eles tiravam roupas do corpo, jogavam para Ele passar por cima. Os que não queriam tirar as roupas, tiravam galhos das árvores, as folhas mais nobres, as plantas bonitas e jogavam para que eEe passasse por cima. E Jesus entrou em Jerusalém triunfante, Rei, celebrado, festejado. Mas, poucos dias depois, esse mesmo lugar, essa mesma cidade, esse mesmo povo, gritava aquilo que nós acabamos de ver no evangelho: ‘crucifica-o, não o solte, solte Barrabás, deixe Jesus ser crucificado’. Olha que transformação, a mesma cidade, o mesmo lugar, duas realidades tão distintas, dois opostos tão grandes”.
Ao refletir sobre a cruz, padre Dirson destacou a necessidade de cada um assumir a sua própria cruz (dificuldades) enquanto peregrinos.
"Eu e você, a nossa Jerusalém, é o lugar onde estamos. Aí onde você mora é a sua Jerusalém e aí você tem a sua cruz. Seja uma cruz traduzida em uma doença, enfrente ela e não fuja. Nascemos para as celebrações, festas, as entradas triunfantes, formaturas, casamentos, alegrias, mas, também, nascemos para o calvário. Então se Jesus, o filho de Deus, assumiu a sua cruz, passou pelo seu calvário, teve a sua via sacra, teve o seu sofrimento e foi fiel ao pai até o fim, façamos também como ele; assumamos nossas cruzes, seja um problema de saúde, seja um casamento difícil, um filho drogado, um filho rebelde, um vício, a convivência na família. O importante é assumir essa realidade e seguir com fé, esperança e amor, sabendo que depois de toda essa peregrinação, essa via sacra, tem a ressurreição, a vida eterna. Mas, enquanto estivermos nesse mundo, no mundo de peregrinos, somos dessa cidade Jerusalém, onde em alguns momentos é alegria esplêndida e em outros é solidão, sofrimento e dor", disse o redentorista.
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